segunda-feira, 18 de abril de 2016

RANKEANDO A 5° TEMPORADA


24- Scare Master
Não me leve a mal, esse episódio por si só é bom: O roteiro é fechado sem muitos furos e o humor funciona na maior parte do tempo. Entretanto, tudo isso é arruinado graças ao fato de que a escritora Natasha Levinger acredita que a personagem Fluttershy não cresceu nem um pouco desde o primeiro episódio da série, todo o desenvolvimento da personagem até aqui é jogado pela janela e ela volta a ser a pônei extremamente tímida e medrosa assim como quando Twilight a conheceu. O que no começo era bonitinho, aqui, porque já vimos a personagem passar por muita coisa, se torna estúpido. Ver a Derpy fantasiada de Princesa Twilight quase salvou o episódio, quase.

23- Princess Spike
Uma das grandes forças da série é fazer com que os personagens aprendam lições mesmo que não tenham feito nada extremamente errado, Princess Spike ignora completamente esse conceito e torna o dragão bebê (mais uma vez) um completo idiota apenas para que ele tenha sua liçãozinha de moral no final do episódio. Ignorando completamente a estupidez do dragão e a ignorância total da Princesa Cadence quanto ao que acontece à sua volta, ainda é bem satisfatório ver que o papel de princesa de Twilight é realmente importante e causa um grande impacto aos que vivem à sua volta, porém essa é praticamente a única qualidade do episódio.

22- Appleloosa's Most Wanted
Dave Polski se tornou, aos poucos, o meu escritor favorito graças à sua habilidade conquistada de desenvolver personagens e colocá-los em conflitos interessantes sem perder o seu senso de humor afiado de seus episódios da 1° temporada. Dito isso, Appleloosa's Most Wanted foi uma decepção tremenda. Se esse roteiro tivesse sido a entrada de um novo escritor na série, sua neutralidade seria passável, porém como ele é assinado pelo grande Poslki, o fato de que ele não é nem tão engraçado nem tão impactante acaba sendo irritante. De longe o pior episódio do roteirista, AMW é completamente esquecível tanto no sentido de que não faz nada particularmente errado como no sentido de que não está no nível de qualidade de My Little Pony.


21- What About Discord?
Esse episódio sofre do mesmo problema de Appleloosa's Most Wanted, e esse problema é que My Little Pony é um desenho MUITO bom. Os níveis de expectativa são altos, então quando surge um episódio que em outro desenho teria um nível de qualidade apenas aceitável, aqui se torna ruim. "What About Discord?" é completamente inútil, serve para algumas risadas porém no final é quase como se não tivesse existido porque nenhum dos personagens é realmente desenvolvido e o conflito é exageradamente simples e até fútil. Pelo menos teve uma referência a De Volta Para o Futuro que surpreendeu na hora.

20- Castle Sweet Castle
O primeiro episódio após a abertura de 2 partes tinha uma missão simples: Mostrar como a convivência de Twilight com suas amigas havia mudado graças à sua nova e escandalosa casa e ao mesmo tempo retratar o fato de que a química entre elas ainda estava viva e dinâmica como nunca. Felizmente, essa missão foi bem sucedida e rendeu um bom episódio, com um humor funcional e que ainda demonstra muito bem a relação que as pôneis principais têm quando possuem um objetivo em comum com cada uma querendo resolver o problema de um modo diferente.

19- The Cutie Re-Mark
Eu adoro tudo que The Cutie Re-Mark tentou ser, a mensagem passada é linda e o modo como ela é transmitida é bem original e criativo. Contudo, não posso ignorar o fato de que Josh Haber parece ser um completo idiota quando se trata de viagem no tempo, ou ele simplesmente acredita que é um conceito complexo demais para as crianças entenderem (fato descreditado graças ao relativamente inteligente It's About Time). Por que não há várias Twilight e Starlight? Por que o mesmo acontecimento pode mudar o futuro de formas tão diferentes? Quem venceu a Nightmare Moon todas aquelas vezes? Embora The Cutie Re-Mark seja muito bem escrito do ponto de vista emocional e de desenvolvimento de personagens, há tantos furos em seu conceito que o proveito completo se torna impossível.


18- Rarity Investigates!
É complicado para um fã de Turnabout Storm avaliar esse episódio, o tema é praticamente o mesmo e há a sensação é de que o roteiro não se tornou complexo o suficiente simplesmente porque o crossover entre Phoenix Wright e My Little Pony possui um nível de inteligência tremendo. Entretanto, avaliando como uma história em si, esquecendo completamente da série do Youtube, "Rarity Investigates!" se compara a It's About Time, pega um tema que poderia se tornar extremamente complexo para uma criança e simplifica um pouco para que elas possam entender sem esquecer do humor característico, então o episódio ainda é bem aproveitável.

17- The Lost Treasure of Griffonstone
Todo o roteiro desse episódio se baseia na relação entre Pinkie Pie, Rainbow Dash e personagens neutros; a animação extrema de Pinkie e a determinação fervorosa de Rainbow são realmente elementos divertidos e conseguem sustentar uma história simples como essa de "caça ao tesouro" devido ao humor gerado pelo contraste delas com grifos sem tanta animação. Ainda há, além disso, uma ótima volta à 1° temporada com o desenvolvimento da relação entre Rainbow e Gilda, o que é bem tocante.

16- Made In Manehattan
O contraste entre as personalidades de Rarity e Applejack é sempre muito divertido, então não havia escolha melhor para a dupla de pôneis que iria resolver o problema do teatro de Manehattan. MIM é, como a maioria dos episódios da 5° temporada, simples. Entretanto, ainda existe uma magia na velha história da cidade movimentada onde ninguém liga para ninguém se unindo com um interesse em comum, no caso assistir ao teatro. De todos os episódios, é provavelmente nesse que a cidade de Manhattan é retratada da melhor forma possível, uma metrópole movimentada, individualista e capitalista ao extremo.


15- Party Pooped
Estudos da personalidade da Pinkie sempre são interessantes, então os fãs estão sempre esperando para o próximo episódio focado nela. Party Popped, contudo, não se trata da complexidade da personagem, apenas é uma história em que ela é a protagonista. Retirando o contexto da personalidade dela, ainda resta a diversão que a personagem nos traz, e isso não falta aqui. PP é extremamente divertido, seu roteiro não economiza nas piadas, humor físico e referências (com direito a The Beatles), os iaques também são personagens interessantes e a relação deles com Pinkie é tão oposta que se torna divertida.

14- Canterlot Boutique
Com a Rainbow entrando para os Wonderbolts (mesmo que de reserva), a Twilight se tornando princesa alicórnio e a Rarity abrindo sua tão desejada loja em Canterlot, a impressão é de que a série está para acabar. Felizmente, ainda há muito chão pela frente com a 6° temporada, talvez 7° e o filme. Quanto a Canterlot Boutique, você realmente se sente feliz por Rarity quando ela realiza seu sonho, mas também entende que a paixão dela é ser criativa e exuberante, então o conflito de que ela precisa deixar de lado sua criatividade para ser famosa é interessantíssimo. Nunca fui muito fã da personagem, porém episódios como esse e Rarity Takes Manehattan realmente mudaram minha mente.

13- The Hooffields and McColts
Guerras de família são sempre interessantes e a versão "ponificada" do conflito entre Hatfiels e McCoys não é exceção. Junte isso a algumas imagens de guerra bem escandalosas, a química entre Twilight e Fluttershy e um humor bem afiado, temos aqui um ótimo episódio. Embora caia na "bandeira pacifista" já prevista no final do roteiro, a guerra entre as famílias é realmente bem interessante e o modo como as 2 pôneis tentam resolvê-lo também é bem característico, com direito a um feitiço de congelamento em dezenas de guerrilheiros.


12- The One Where Pinkie Pie Knows
Qualquer um que ainda lembre de Green Isn't Your Color aproveitará The One Where Pinkie Pie Knows bem mais, pois há uma interessante inversão de papéis aqui. É certamente divertido ver um pônei tagarela como a Pinkie tendo que guardar um segredo por tanto tempo e o sofrimento dela, embora cruel, foi uma excelente jogada de roteiro para deixar o episódio mais interessante. Além disso, SHINING ARMOR E CADENCE VÃO TER UM BEBÊÊÊÊÊÊ!!!

11- Brotherhooves Social
A magia de Sisterhooves Social nunca será recuperada, porém Brotherhooves ainda assim tenta e até que faz um trabalho muito bom. A indiferença de Apple Bloom quanto a Big Macintosh é tocante porque o roteiro faz um excelente trabalho em mostrar a tristeza de ser esquecido quando uma irmã se torna próxima demais da outra e elas acabam esquecendo do irmão. Além do ponto de vista emocional, o episódio ainda trabalha muito bem com o humor (esse é um episódio de Dave Polski afinal), Macintosh vestido de pônei fêmea destruindo tudo que vê é ridiculamente divertido. No final, é muito satisfatório ver os irmãos se unindo novamente e um se importando com o outro.

10- Make New Friends But Keep Discord
A relação entre Fluttershy e Discórdia é provavelmente a mais divertida e interessante do programa, só por isso o episódio já se torna quase que uma vitória imediata. Entretanto, ainda há o fato de que esse é provavelmente o roteiro que deixou o senso de humor do vilão mais inteligente, são tiradas sarcásticas afiadíssimas e humor físico funcional (com direito a uma dimensão paralela com um fantoche de meia). A introdução de Tree Hugger é interessante, porém Discórdia (como sempre) rouba a cena com seu stand-up engraçadíssimo que gera reações hilárias de Maud Pie e Princesa Celéstia. 


9- Hearthbreakers
Maud Pie pode nos ter dado um gostinho de como seria a família da Pinkie, porém Hearthbreakers nos leva (finalmente) a uma viagem ao lar da família Pie com um dinâmica interessantíssima entre ela e os Apple. A família da pônei rosa tem tradições completamente diferentes, por isso o roteiro toma a genial decisão de nos colocar na história através dos olhos dos tradicionais fazendeiros; a mensagem passada pelo episódio de que os costumes dos outros devem ser respeitados é passada de forma bela e há até uma sutil menção a respeitar religiões que deve ter irritado aqueles que odiaram Feeling Pinkie Keen.

8- The Cutie Map
The Cutie Map foi uma decepção para todos nós, porém analisando agora, foi praticamente necessário. A série não sobreviveria por muito tempo com uma consistência de qualidade se os episódios especiais se tornassem apenas maiores e mais ambiciosos a cada temporada, então digamos que TCM foi uma merecida pausa da escandalosa ambição do programa. Dito isso, o episódio ainda é grandioso em seu próprio "mundinho": Há uma simples porém efetiva crítica ao socialismo aqui, o humor funciona e Starlight, embora não tão ameaçadora por si só, consegue criar, com seus seguidores, um clima de tensão enorme que permeia durante praticamente todo o episódio.

7- Bloom & Gloom
Os episódios da Sweetie Belle são geralmente os melhores entre os das CMC porque a relação dela com a Rarity é extremamente natural. Entretanto, isso não retira o fato de que entre as 3, Apple Bloom é a que parece se importar mais com a conquista de sua "cutie mark" (toda a história começou com ela, afinal). Bloom & Gloom utiliza essa ambição e desejo da melhor forma possível, mostrando à personagem as consequências de realizar seu sonho e até começando a questioná-la se é isso mesmo que ela quer, além de nos mostrar um pouco mais da Princesa Luna realizando seu trabalho.


6- The Mane Attraction
O episódio que finaliza a leva de "episódios comuns" antes do especial que fechará a temporada tem praticamente a obrigação de ser bom; Felizmente, The Mane Attraction não é apenas bom, mas praticamente lembra a razão pela qual nos apaixonamos pelo desenho em primeiro lugar. Tudo que você imaginar que deve estar em um episódio solto de My Little Pony de alto nível está aqui: O roteiro fechado que permite o desenvolvimento de quase todos os personagens presentes, a trilha sonora LINDA, o humor afiadíssimo e um final satisfatório. TMA pode até ser um pouco formulaico e previsível, mas isso não elimina o fato de que ele utilizou a "fórmula pony" com perfeição.

5- Do Princesses Dream of Magic Sheep?
Minha paixão por esse episódio vai muito além da simples referência a Blade Runner, porém assim como Luna Eclipsed, seu proveito dependerá muito da sua apreciação pela personagem da Princesa Luna; se você acredita que ela é a pônei mais subutilizada da série e que ela merece muito mais destaque e crédito do que tem atualmente, esse episódio é pra você. Assim como LE, "Do Princesses Dream of Magic Sheep?" se concentra em dar um arco emocional à princesa e tem um impacto infinitamente superior ao de seu antecessor, conseguindo até criar uma certa controvérsia devido à sua representação do masoquismo.

4- Amending Fences
Esse episódio é provavelmente o melhor da série focado em amizade, e isso não diz pouca coisa. Amending Fences é um soco na cara de qualquer um que acompanha a série desde Friendship Is Magic, pois representa a consequência de um dos atos esquecidos de Twilight, mostrando como pequenas ações insignificantes podem mudar completamente a vida de outras pessoas, fazendo-as sofrer muito apenas por um simples deslize seu. Além disso, AF tem também uma das melhores representações da Princesa Twilight Sparkle da série, mostrando-a como uma pônei séria em uma posição de mentora mas que ainda se importa muito com os outros à sua volta. Como se não fosse o suficiente, M.A Larson ainda nos apresenta a uma das melhores personagens do universo pônei: Moon Dancer.


3- Slice of Life
O centésimo episódio de My Little Pony: Friendship Is Magic não é apenas um episódio, é um presente. M. A. Larson entendeu o seu fandom como nenhum outro criador de conteúdo jamais entendeu, Slice of Life é o sonho de muitos bronies se tornando realidade, todos os amados "background ponys" finalmente são o destaque do roteiro e o resultado não poderia ser melhor. SOF é um dos mais engraçados episódios das série e não apenas por causa de piadas, mas por causa dos personagens, suas personalidade exageradas e situações fantasiosamente ridículas causadas para a alegria dos fãs. Do início ao fim uma grande piscadinha aos fãs do programa, Slice of Life é algo que outra série jamais conseguiria reproduzir.

2- Crusaders of The Lost Mark
Esses 2 últimos episódios me destruíram emocionalmente. 5 temporadas, 5 anos foi o tempo necessário para que as CMC finalmente conquistassem o sonho de suas vidas, suas "cutie marks". As 3 juntas passaram por tanta coisa, tantos problemas e conflitos (e nós acompanhamos tudo) que quando elas finalmente conquistam seu objetivo, a sensação de orgulho e alegria de quem assiste é inexplicável. Entretanto, mesmo sem o elemento "cutie mark" e o desabalo emocional que vem com ele, Crusaders of The Lost Mark ainda é um episódio fortíssimo que nos mostra novamente a necessidade de ter alguém com quem você pode contar, tudo que a Diamond Tiara já fez a transformou na personagem mais odiada do programa e isso nunca mudará, porém é impossível não se emocionar com seu arco aqui e sua linda voz cantando "The Pony I Want To Be".

1- Tanks for The Memories
Esse é o meu episódio favorito de toda a série. Tanks for The Memories, outra obra de arte da incrivelmente inconsistente Cindy Morrow (autora de Hurricane Fluttershy, Sisterhooves Social, One Bad Apple e The Show Stoppers) é uma peça altamente subjetiva, se você entende a situação pela qual Rainbow Dash está passando, você se desmorona psicologicamente com ela e torce para que sua operação seja bem sucedida. Por outro lado, se você não entende, ela meio que se torna uma idiota aqui que age apenas movida por sua própria vontade, algo extremamente humano, e é exatamente nisso que TFTM brilha, Rainbow conseguiu ser fragilizada em Sonic Rainboom, porém aqui ela é destruída pelo mundo à sua volta e adquire a ganância que qualquer um adquiriria em sua situação. Todo o elemento humano e emocional é ainda sustentando por uma belíssima representação das 5 fases do luto: Negação, quando Rainbow não acredita que Tank irá hibernar; raiva, quando ela exige que ninguém diga a palavra com "h"; barganha, quando ela acredita que pode virar a mesa; depressão, na cena do choro (uma das mais belas da série) e finalmente aceitação quando ela enterra sua tartaruga de estimação. Tanks for The Memories é uma obra extremamente humana e, mesmo que se passe no universo de My Little Pony, é impossível ignorar sua excelente representação de um dos temas mais sérios que um programa pode abordar, mesmo que escondido. a morte.


terça-feira, 12 de abril de 2016

CRÍTICA: 5° TEMPORADA


As expectativas estavam altas para essa temporada, principalmente porque a 4° fechou com chave de ouro com uma das melhores peças de entretenimento que a televisão já viu. Embora saibamos que é complicado chegar ao mesmo nível de ambição de Twilight's Kingdom novamente, os fãs celebraram desesperadamente com a confirmação de uma nova leva de episódios.

A 5° temporada marca o início de uma nova jornada, enquanto até o encerramento da 4° as 6 pôneis principais passavam os episódios aprendendo sobre a magia da amizade (sendo enviando cartas à Princesa Celéstia ou anotando em seu diário), agora elas assumem uma posição muito mais respeitosa e responsável e isso fica evidente no modo como os problemas de amizade são representados. Ainda há as clássicas situações de problemas rotineiros e confusões que se resolvem quando as pôneis se entendem, porém com a adição do "Cutie Map", uma parte da temporada é gasta com as 6 protagonistas viajando pela terra de Equestria resolvendo problemas de amizade para os outros, assumindo uma posição de "mentoras" e protetoras do reino.


Felizmente, essa troca de fórmula funciona muito bem porque nós já passamos por muita coisa junto com essas personagens e sabemos o quanto elas amadureceram desde o primeiro episódio, logo é extremamente gratificante vê-las sendo respeitadas como as "princesas da amizade" que elas são. Ainda por cima, as protagonistas viajam para resolver os problemas em duplas, o que, obviamente, rende excelentes momentos memoráveis de diálogos e situações que acontecem devido ao conflito de personalidades das pôneis enquanto tentam resolver os problemas cada uma de um jeito.

O ponto fraco da temporada não é tão forte por si só, porém se evidencia quando ela é comparada às suas antecessoras: Os episódios especiais de 2 partes que abrem e fecham a temporada. Não há nada de essencialmente errado com The Cutie Map, é um ótimo episódio até (The Cutie Re-Mark é outra história), porém outras histórias grandiosas como The Crystal Empire e Princess Twilight Sparkle que desenvolvem mais os personagens e a mitologia da série acabam deixando as nossas expectativas um pouco altas. Quanto à leva de episódios em si, não tem uma qualidade consistente tão grande digna de My Little Pony, a maioria se trata de episódios neutros para bons, com pausas para ocasionais histórias fantásticas e surpreendentemente emocionais que me mostraram o poder de desenvolver um personagem por 4 temporadas e depois colocá-lo em uma situação tocante.

Finalizando, a 5° temporada cumpriu o seu trabalho de continuar capturando a atenção do espectador com episódios muito bem escritos, algo que já se tornou ponto fixo na série. Embora não chegue ao nível impactante e surreal da 4° nem tenha a consistência da 2°, coloca as protagonistas em uma nova e interessante posição e ainda é boa o suficiente para que os fãs acreditem que os produtores não lançaram todas as suas cartas na temporada anterior e ainda têm algumas surpresinhas guardadas para nós.  

Orgulho:
Slice of Life
Tanks for the Memories
Crusaders of the Lost Mark

Vergonha:
Scare Master

NOTA FINAL: 7

segunda-feira, 11 de abril de 2016

RANKEANDO A 4° TEMPORADA


24- Power Ponies
Eu aprecio muito o conceito de Power Ponies, fazer uma grande homenagem às histórias de super-heróis é uma excelente ideia e, sinceramente, rendeu um episódio um pouco divertido. Entretanto, o foco e o próprio conflito do personagem Spike foi completamente desnecessário, nós já sabemos que ele é útil e tão importante quanto as 6 principais, então fazê-lo acreditar que não é importante apenas rende um arco clichê e previsível.

23- Rainbow Falls
Assim como Games Ponies Play, Rainbow Falls tem um conceito bom prejudicado por um roteiro fraco. A ideia do conflito de Rainbow Dash quanto a permanecer em seu time ou se juntar ao de Cloudsdale é genial, porém o caminho tomado pelo episódio para que as situações se desenrolem é forçado e até mesmo preguiçoso. Há um humor funcional para ser encontrado aqui (com direito a uma participação especial da nossa pônei favorita Derpy) e a resolução é bem tocante, deixando alguns espectadores desatentos com uma experiência no geral boa, porém quando se trata da análise do roteiro e diálogos, o nível abaixa um pouco.

22- Castle Mane-ia
O primeiro episódio solto da temporada e a estreia de Josh Haber é bom, não há muito a se dizer sobre Castle Mane-ia. É divertido, o roteiro é fechado sem muitos furos e coincidências e as 6 principais estão devidamente caracterizadas, entretanto também não tenta nada novo e muito menos é corajoso; a estreia de Corey Powell com Sleepless in Ponyville foi fantástica, então quando há uma estreia que joga seguro e faz apenas "mais um episódio", acaba perdendo um pouco o impacto. Se tudo desse errado aqui, ainda é divertido ver a Rarity se assustando.


21- It Ain't Easy Being Breezies
Após Hurricane Fluttershy, há apenas um caminho a ser seguido quando se trata de episódios focados na pônei tímida, para baixo; felizmente, IAEBB, o episódio da chave de Fluttershy. é extremamente funcional. Após tantas histórias exemplificando essa característica, você sabe o quanto a pônei se importa com animais. principalmente os indefesos, então quando ela não consegue levantar a voz ou repreender as "pobres" Breezies, não se torna irritante, mas sim lamentável. Você sente pena da personagem por ela não conseguir controlar criaturas em sua casa, pois ela já passou por desenvolvimento o suficiente para criar personalidade e coragem, mas não uma atitude presente e de liderança.

20- Leap of Faith
The Super Speedy Cider Squeezy 6000 foi um episódio extremamente divertido, e Josh Haber parece saber disso. Leap of Faith é, essencialmente, a sequência de TSSCS6000 e sofre com o problema que a maioria das sequências sofrem: Repete a fórmula do primeiro que funcionou por ser inovadora. O roteiro dos 2 episódios são praticamente idênticos e, embora isso o torne também um episódio ridiculmante divertido, há aquela sensação de que você já viu isso antes. Os irmãos Flim e Flam estão tão divertidos quanto você se lembra e agora com um novo produto e uma nova canção (não tão memorável quanto a primeira), o único elemento que diferencia esse roteiro do original é a chave de Applejack, que funciona.

19- Filli Vanilli
O proveito desse episódio dependerá do quanto você gostou do elemento "Flutter Guy" de Bridle Gossip; eu gostei e acho que ainda é tão engraçado quanto da primeira vez, então ri muito em Filli Vanilli e, consequentemente, acabei ignorando os pequenos deslizes como a personalidade da Pinkie e a experiência no geral foi boa concluindo em uma moral tocante. Entretanto, se você considera a Fluttershy com voz grossa extremamente idiota e que não funcionou nem como piada, sinto lhe informar que esse episódio se baseia nisso. Entretanto, ainda há o elemento da cantoria da pônei que possui uma voz que todos concordamos ser linda.


18- Trade Ya!
Daqui pra baixo na lista, há apenas episódios espetaculares que são a razão pela minha paixão pela 4° temporada. Após tanto tempo, é gratificante ver um episódio que finalmente junta todas as 6 principais para uma atividade rotineira. Como já mencionado em outras análises, My Little Pony brilha mais quando analisa a personalidade e o cotidiano das personagens, pois elas são extremamente carismáticas. Aqui todos os pôneis se juntam para trocar itens e mercadorias, a relação entre eles e o elemento do humor que a personalização exageradamente diferente de cada um traz estão afiadíssimos como sempre, rendendo para um episódio divertidíssimo e que até desenvolve um pouco a química entre algumas duplas como Rainbow Dash e Fluttershy.

17- Somepony to Watch Over Me
Embora não tão tocante quanto a de Sweetie Belle e Rarity, a relação de irmãs entre Apple Bloom e Applejack também é muito interessante. Quando elas são representadas como irmãs perfeitas como no excelente Sisterhooves Social, não é tão tocante assim, porém quando os problemas são apresentados. como em Somepony to Watch Over Me e a relação perfeita é desconstruída, você torce para que elas se entendam de novo. Aqui há o clássico caso do irmãozinho que quer se aventurar e o irmão maior não permite pois se preocupa muito com ele; embora clichê, essa história funciona muito bem aqui pois nós já vimos do que Apple Bloom é capaz e sabemos que ela pode se virar muito bem sozinha, porém também sabemos que ela é a coisa mais importante do mundo para sua irmã.

16- Three's a Crowd
Tudo fica melhor com Discórdia, e a relação entre Twilight e Cadence não é exceção. As cunhadas planejam um calmo e pacato encontro na biblioteca da protagonista e são aterrorizadas pelo doente (literalmente) vilão que todos amamos. Three's a Crowd não sofre do problema de Keep Calm and Flutter On, o roteiro liberta Discórdia e permite que ele utilize todos os seus artifícios de até quebrar a quarta parede para divertir o espectador e atazanar as princesas, tudo culminando na fantástica canção Glass of Water que ilustra perfeitamente porquê ele é um vilão tão amado.


15- Simple Ways
Comédia romântica não é exatamente o meu gênero preferido do Cinema, com exceção de quando os personagens são divertidos e a relação do casal é interessante, como na maioria das obras mais antigas de Woody Allen. Entretanto, tudo fica melhor no universo de My Little Pony, o "quadrilátero amoroso" de Rarity, Trenderhoof, Applejack e Spike (esse é papo para outra hora) é tratado sem melosidade (estou olhando para você, Hearts and Hooves Day) e com muito bom humor com os personagens que já sabemos que são bem carismáticos, então não há nada a se fazer a não ser apreciar e rir da troca de personalidades de Rarity e Applejack.

14- Bats!
A pegada "Arquivo X" desse episódio é fantástica e muito bem colocada em uma série que vem tentando coisas novas. Outra hora mencionei que Applejack não é um personagem tão interessante devido ao fato de que ela já tem tudo que quer na vida, uma família feliz e um negócio de sucesso, então é realmente muito mais difícil colocá-la em um conflito interessante como em Applebuck Season. Felizmente, Merriwether Williams dá um tapa na cara de seus haters e acerta novamente com uma mistura de Scooby Doo, Batman e o mencionado Arquivo X em um episódio que traz uma canção muito boa, um conflito de ideias interessantíssimo e um aspecto "dark" com humor negro em falta no programa com a Fluttershy vampira.

13- Inspiration Manifestation
Finalmente desenvolvendo um pouco mais a relação entre Spike e Rarity, Inspiration Manifestation é mais um episódio neurótico pela especialista Meghan McCarthy (responsável pelos espetaculares Party of One e Lesson Zero) e Corey Powell (do muito bom Sleepless in Ponyville). Infelizmente, IM não atinge o nível de coragem dos antecessores de sua escritora principalmente devido ao fato da insanidade de Rarity não ser parte da personalidade dela, mas sim de um espírito a possuindo (um muito bem-vindo aspecto de paranormalidade adicionado à série). Entretanto, ainda possui um roteiro extremamente caprichado e uma história de "glória e queda" muito bem fechada, além de finalmente representar Owlowiscious como um personagem útil em uma espécie de "guia espiritual" de Spike.


12- Twilight Time
É sempre divertido ver as CMC tentando coisas novas para ganhar suas "cutie marks", e a representação de Twilight como uma espécie de "mentora" para elas é uma relação muito interessante. Também temos, finalmente, um roteiro que reconhece o fato de que a protagonista é agora uma alicórnio, mesmo que por crianças: Por alguma razão, é gratificante ver pequenos potros correndo desesperados atrás de Twilight simplesmente para estar perto de uma princesa e "ganhar conhecimento" com ela. Além disso, Dave Polski consegue, novamente, demonstrar seu senso de humor afiadíssimo ainda ocupando o lugar do escritor mais engraçado da série e ainda representar Diamond Tiara e Silver Spoon como seres não tão infernais como em outros episódios.

11- Testing, Testing, 1,2,3
Sendo um estudioso e sabendo como o aprendizado funciona, é extremamente satisfatório ver o personagem que menos se preocupa com conhecimento (Rainbow Dash) tendo que, finalmente, estudar e se concentrar em obter informações. Entretanto, sabemos que para My Little Pony, simplesmente adicionar um conflito interessante não é o suficiente, é preciso também resolvê-lo da maneira mais genial possível. Aqui temos uma das representações mais realistas do estudo que eu já vi no entretenimento em geral: Para muitos, não adianta apenas enfiar a cara nos livros e passar horas a fio lendo e sublinhando, cada um tem o seu próprio meio de obter conhecimento que nem sempre parece funcional para você e "Testing, Testing, 1,2,3" apesar de possuir um dos nomes de episódios mais idiotas da série, representa isso perfeitamente.

10- Daring Don't
É sempre bom ver artistas tentando coisas novas e Daring Don't foi o momento em que Dave Polski saiu de sua zona de conforto de escrever episódios claramente focados no humor. Aqui há um roteiro baseado inteiramente em aventura e encarar o desconhecido, mas sem deixar de fora o humor já elogiado do autor. Se o objetivo desse episódio era animar, excitar e emocionar no sentido de adrenalina, o trabalho foi muito bem feito e é uma homenagem a Indiana Jones ainda melhor do que as partes fantasiosas de Read it and Weep. Além disso, há também o elemento "fangirl" de Rainbow Dash em que todos nós podemos nos imaginar naquele lugar, parecia até uma piscadinha para os fãs ávidos do desenho, na verdade.


9- Equestria Games
Esse é o meu episódio favorito focado no Spike; ok, isso não diz muita coisa, mas o arco do personagem aqui é realmente muito bem feito. O medo de palco dele é completamente compreensível porque milhares de pôneis estão o vendo enquanto ele acende a tocha e você realmente se sente mal quando ele não consegue e entende muito bem porquê Twilight utiliza magia para acender o fogo por ele. Há também um excelente elemento de humor Polskiano quando Spike pensa que pode incendiar coisas com sua mente, porém o verdadeiro destaque aqui vai para o conflito pessoal dele em que, mesmo ajudando a todos com a nuvem de gelo iminente, o dragão não se sente bem pois decepcionou a si mesmo anteriormente. A mensagem do episódio, uma das melhores do programa, é de que nada adianta alegrar a todos se você não se sente bem consigo mesmo, e isso é lindo.

8- Pinkie Apple Pie
Ironicamente, Pinkie Apple Pie representa o valor da família e do tempo que passamos com ela muito melhor do que o extravagante Apple Family Reunion, justamente por ser um episódio muito mais pessoal e focado na relação entre Applejack, Apple Bloom, Big Macintosh e Vovó Smith. O "elemento Pinkie" é obviamente apenas uma chave do telespectador para ele se juntar em uma "road trip" com a família Apple em busca da ligação perdida entre os Pies e os Apples. O amor e afeição entre os personagens aqui é tão sutil e natural que até mesmo os problemas parecem apenas símbolos da importância que um tem para o outro, e ainda há uma canção "country" com participação da Pinkie, não há nada melhor que isso.

7- Princess Twilight Sparkle
A coroação e transformação de Twilight no final da 3° temporada transformou completamente o desenho, e esse episódio representou isso muito bem, mostrando a "nova" relação entre as 6 principais e as responsabilidades que vêm com a conquista de se tornar uma princesa. Há também uma excelente representação do "world building" de Lauren Faust com as consequências da falta das princesas Celéstia e Luna e com o flashback concedido por Zecora que elevou a fotografia e efeitos especiais do programa a níveis astronômicos. Como se não bastasse, Discórdia também está aqui para elevar o nível do episódio ainda mais e, embora não tão solto quanto em Three's a Crowd, tem um papel bem relevante no humor e até no andamento da história.


6- For Whom the Sweetie Belle Toils
Eu não sei direito a razão, mas a relação entre Sweetie Belle e Rarity em My Little Pony sempre brilha. Talvez porque seja tão natural, sutil e até mesmo real que sempre que há um problema entre elas, você sente direto no coração. Sisterhooves Social nos apresentou a essa fantástica relação de irmãzinha querendo atenção e irmã que se preocupa um pouco mais com seus sonhos e delírios pessoais do que sua relação com a caçula, logo essa magia nunca será recuperada com outro simples episódio. Entretanto, o roteiro de FWTSBT trabalha tão bem com a inveja de Sweetie Belle e consequente arrependimento de suas ações que é impossível não se preocupar imensamente com a personagem e seu arco muito bem escrito.

5- Maud Pie
Eu sou um grande fã de humor seco e isso com certeza influenciou na posição desse episódio na lista, porém mesmo sem a hilária personalidade completamente oposta à sua irmã de Maud Pie, a história ainda se destaca imensamente por seu tocante arco das amigas querendo criar intimidade com a pônei e não conseguindo pois não se reconhecem com ela. Todo o aspecto do colar de melhores amigas e a impressão de Pinkie de que todas gostaram de sua irmã é trabalhado de uma forma tão tocante que é impossível não se emocionar no final quando elas finalmente aceitam a personalidade fechada de Maud e ela revela que vem guardando os doces que Pinkie dá de presente a ela todo ano.

4- Rarity Takes Manehattan
Ainda na onda de tentar coisas novas, Dave Polski nos presenteia com o melhor episódio focado em estudar a personalidade de Rarity até agora: Sim, é um "sucessor espiritual" do longínquo Suited for Success, porém o autor inegavelmente trabalha a generosidade da personagem de uma forma muito mais natural e a representação de Manhattan no universo de My Little Pony como um contraste à gentileza de Ponyville é absolutamente hilária. A canção que representa a chegada dos pôneis à metrópole é muito bem feita e o arco de Rarity nesse episódio, embora a personagem não tenha evoluído muito, é doce e sutil com ela aprendendo que não deve se deixar abalar com alguns que tiram proveito de sua gentileza (quase como um contraste à mensagem de seu antecessor espiritual).


3- Flight to the Finish
As CMC estão com tudo nessa temporada, com todos os seus episódios sendo muito caprichados e bem feitos, porém nenhum supera Flight to the Finish. Continuando com o desenvolvimento de Scootaloo iniciado em Sleepless in Ponyville, esse episódio retrata, novamente, a clássica história de superação e, embora não chegue ao nível de qualidade colossal de Hurricane Fluttershy, uma obra prima à parte, ainda consegue ser um estudo excelente na ambição e desejo da potra que ainda não consegue voar. De longe o melhor episódio do arco "Equestria Games", FTTF nos coloca na mente de Scootaloo e nos mostra o esmero e capricho que as CMC colocam em sua apresentação que representará a cidade de Ponyville e como tudo se destrói graças ao pensamento da pequena pégaso de que ela precisa voar para dar orgulho à sua raça e no final aprende que nossos "defeitos" e peculiaridades nos tornam quem nós somos e devemos nos orgulhar disso.

2- Pinkie Pride
A complexidade da personagem Pinkie Pie já foi comentado nesse blog diversas vezes e novamente aqui está mais um de seus estudos no topo da lista. Pinkie Pride é provavelmente o melhor episódio focado na personagem e isso diz muita coisa, nenhum outro autor conseguiu representá-la em sua intimidade como Amy Keating Rogers com esse roteiro magnífico. Não há um aneurisma de insanidade como em Party of One ou uma repentina crise existencial como em Too Many Pinkie Pies, muito pelo contrário: Assim como a canção The Smile Song, Pinkie Pride representa a personagem na mais pura e inocente simplicidade de querer alegrar a todos e com isso a sutilidade com que a inveja dela por Cheese Sandwich, novo festeiro de Ponyville, é representada é tão tocante que chega a machucar.

1- Twilight's Kingdom
A ambição e escopo de Twilight's Kingdom é algo que My Little Pony nunca viu. O nível com que os acontecimentos são representados aqui são escandalosos e todos elevados a um nível colossal, assim como em A Canterlot Wedding, porém há também o conflito pessoal da protagonista e o questionamento de seu papel como princesa e protetora do reino. Esse jogo de roteiro funciona perfeitamente com a proposta do episódio, há uma troca extremamente fluida entre a relação da princesa com suas amigas, sua crise existencial e o mal crescente que vêm com a ameaça de Tirek. Graças a esse equilíbrio entre sutileza na relação entre as pôneis e a ambição crescente do mal. quando a batalha física extremamente épica entre o vilão e a protagonista finalmente toma seu lugar, você não vê apenas um show de luzes e fumaça que deixa Batman vs Superman no chinelo, mas sim o desespero de Twilight para acabar com o vilão e proteger suas amigas e o reino. Meghan McCarthy escreve o épico de forma perfeita e eu não considero essa sua obra prima apenas porque episódios de abertura e encerramento de temporadas geralmente não são tão pessoais como as histórias soltas dos escritores. Twilight's Kingdom, assim como a 4° temporada no geral, concede a My Little Pony uma maturidade imensa sem perder a magia do próprio conceito do programa, portanto merece palmas.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

CRÍTICA: 4° TEMPORADA


Graças a Deus e aos fãs My Little Pony não acabou em Magical Mystery Cure. Os produtores claramente perceberam que os espectadores realmente merecem um presente por continuarem fiéis à série em uma temporada tão monótona como a 3° e, devo dizer, eles realmente nos entregaram. Desde a confirmação da 4° leva de episódios, os fãs especularam sobre como o fato de que a Twilight é uma princesa mudará a relação entre as 6 principais. Honestamente, não muda tanto assim e, pensando bem, isso é uma coisa boa.

As 6 principais são amigas praticamente inseparáveis, o programa já deixou isso bem claro, então mesmo com a protagonista ganhando um lugar na realeza, a química entre elas continua perfeita como sempre. Entretanto, há um amadurecimento inacreditável da série nessa temporada, Twilight começa a passar mais tempo longe de suas amigas devido a suas responsabilidades, logo há um foco maior em histórias separadas das outras 5 principais e seus problemas rotineiros e, olhando para trás, roteiros que envolvem histórias do cotidiano são os que brilham mais.


Há uma razão para esse fato, desde o início My Little Pony se destacou pelos seus personagens muito carismáticos que carregavam o episódio nas costas mesmo quando o roteiro não era um dos melhores do mundo. Não apenas são as personalidades dos personagens divertidíssimas, mas também a relação entre eles é quase sempre muito bem feita: Como as 6 principais têm características marcantes e caráteres muito diferentes, é sempre muito divertido vê-las dialogarem e resolverem seus problemas de modos diferentes, tudo enquanto fazem graça e evoluem intelectualmente a cada situação passada.

O amadurecimento não está apenas no fato de Twilight se afastar um pouco da história, mas também dos próprios temas dos episódios: Os produtores claramente perceberam que não podem mais continuar com probleminhas infantis e previsíveis e ao mesmo tempo continuar com a atenção do público mais maduro do programa (uma grande parte dele). O resultado disso é uma leva de episódios muito mais inteligente, emocional e até moralmente conflitante em alguns momentos, mas que não perde a magia prometida pelo próprio título da série, concedendo aos fãs a temporada de Friendship Is Magic que eles sonhavam desde o início: Madura e complexa, porém ainda assim, inocente e mágica.

Orgulho:
Maud Pie
Twilight's Kingdom
Rarity Takes Manehattan  

Vergonha:
Acredite em mim, a 4° temporada não possui nenhum episódio que eu verdadeiramente odeio.

NOTA FINAL: 9

terça-feira, 5 de abril de 2016

RANKEANDO A 3° TEMPORADA


12- One Bad Apple
Bullying é um assunto sensível que deve ser tratado com a complexidade que merece, porém a maioria das mídias que o retratam parecem não perceber esse pequeno detalhe, e My Little Pony não é diferente. Os ataques de Diamond Tiara e Silver Spoon às CMC até funcionam porque você sabe que elas são chatas e esnobes simplesmente por ser; então quando o programa tenta inventar uma desculpa extremamente idiota para que a prima de Apple Bloom, Babs Seed, que antes as tratavam como qualquer outro pônei, comece a fazê-las sofrer, é triste. Finalmente, o modo como o episódio tenta ensinar as crianças a combater o bullying é questionável no mínimo, e o humor do roteiro também não funciona muito, pelo menos a canção do episódio é legal.

11- Spike At Your Service
Spike é o melhor assistente que um pônei pode ter, isso já foi mostrado em diversos episódios anteriores a esse. Logo, a decisão de fazê-lo, repentinamente, se tornar um completo idiota que destrói tudo que toca porque ele trabalha agora para Applejack apenas para fins de humor é algo que pode não atrapalhar se for realmente engraçado ou arruinar um roteiro por completo, como foi o caso aqui. Aliás, no episódio The Crystal Empire há uma cena em que é revelado que o pior pesadelo de Spike é parar de trabalhar para Twilight, o que praticamente invalida completamente Spike At Your Service, você pode dizer que o Código do Dragão é muito importante pra ele, mas o episódio Dragon Quest mostrou que dragões são seres imbecis que não se importam com código algum, então é possível ignorar SAYS de qualquer maneira.

10- Just for Sidekicks
Não, os episódios de Spike nessa temporada não estão tão caprichados. Pensando bem, não há nada de particularmente errado nesse episódio, ele resume bem a 3° temporada: Neutro. Não há um humor extraordinário aqui nem um impacto emocional grande e o ritmo é meio lento, então o episódio se torna apenas monótono. Sim, a interação entre o dragão e os mascotes das 6 principais é divertida e a cena em que Rainbow e Tank esfregam seus narizes é tocante, porém na maior parte do tempo o roteiro se resume a apenas existir, o que é bem triste para um desenho do qual sabemos a que nível pode chegar. 


9- Games Ponies Play
Praticamente todo roteiro terá pelo menos uma "forçação de barra", um momento em que um evento acontece apenas por pura convenção, seja para continuar a história, para que tudo acabe bem ou para criar uma situação humorada. Há muitas dessas "forçações" aqui, uma para cada uma dos meus 3 exemplos, na verdade, algo decepcionante para o meu roteirista favorito da série, Dave Polski. Entretanto, como na maioria de seus episódios, Polski ainda consegue manter seu senso de humor afiadíssimo nesse roteiro e o resultado final, embora convencional, é bem divertido.

8- Apple Family Reunion
Eu senti muito mais o peso da lentidão e neutralidade do roteiro aqui do que em Just for Sidekicks, porém o episódio em si alcança um nível emocional um pouco maior. Conhecido como o episódio que revela o fato de que os pais da Applejack estão mortos, AFR até faz jus ao nome, os eventos da reunião da família Apple são divertidos, porém desde o momento em que a pônei olha para o céu e fala sobre como é difícil aproveitar um tempo com sua família você já prevê como os eventos se desenrolarão e como o roteiro se fechará, tornando a experiência monótona. A lição final emociona e a canção de quadrilha cantada pela família é legalzinha, porém não o suficiente.

7- Keep Calm and Flutter On
A volta de Discórdia para a série foi um evento muito aguardado pelos fãs, o personagem é um dos mais adorados do programa justamente por seu sarcasmo e senso de humor doentio. Contudo, o episódio em si não dá tanto espaço para o personagem brilhar e foca muito mais na construção da relação meio forçada (literalmente) entre ele e Fluttershy. Há momentos bons aqui, principalmente quando é permitido a Discórdia que use seus poderes para atazanar as 6 principais e a relação entre o vilão e a pônei tímida, no final, soa natural o suficiente para que o episódio não se torne completamente esquecível.


6- The Crystal Empire
Episódios de 2 partes que abrem a temporada costumam ser bem épicos, e The Crystal Empire não é diferente.Há furos de roteiro bem evidentes aqui, a motivação de Twilight para salvar o império de cristal é questionável e o vilão é bem genérico, impedindo a história de chegar a níveis épicos como The Return of Harmony e A Canterlot Wedding, porém há momentos ambiciosos e tocantes o suficiente para categorizá-la como uma boa abertura de temporada e, felizmente, está muito à frente de Friendship Is Magic.

5- Magic Duel
Como mencionado em Boast Busters, Trixie é uma das minhas pôneis favoritas, então eu estava vibrando de alegria quando Magic Duel finalmente deu a ela o destaque que merecia como uma boa antagonista (não necessariamente uma vilã, mais pra anti-heroína). Finalmente concedendo os poderes que A Grande e Poderosa Trixie merece, dando destaque para as consequências tristes de Boast Busters e, sim, nos entregando um duelo de mágica incrivelmente badass, o episódio é quase uma desculpa por aquela atrocidade. Além disso, nós também vemos Snips e Snails sendo açoitados, o que é bem legal.

4- Sleepless In Ponyville
Porquê o episódio tem esse nome se a história se passa quase inteiramente fora de Ponyville, nunca saberemos. O roteiro de de Corey Powell é, provavelmente, a melhor estreia de roteirista na história do programa; sim, Meghan McCarthy e Dave Polski são superiores a Powell, porém Sleepless In Ponyville é superior a Dragonshy e Feeling Pinkie Keen. Claramente inspirado por Sonic Rainboom, o episódio pega a CMC que parecia mais intocável, Scootaloo, e a coloca para enfrentar seus maiores medos quando algumas pôneis vão acampar na floresta. a história é bem tocante e a relação entre a potra e seu maior ídolo, Rainbow Dash, é deveras interessante. Como se não fosse o suficiente, ainda vemos a Princesa Luna realizando seu dever como protetora dos sonhos dos pôneis, o que é muito satisfatório.


3- Wonderbolts Academy
Uma das fórmulas mais utilizadas por My Little Pony é a do estudo da personalidade de uma das personagens e há uma razão para isso, quase sempre funciona. Aqui, o foco da obra-prima de Merriwether Williams (provavelmente a mais odiada escritora da série) está em Rainbow Dash e em sua ambição quase cega de entrar para os Wonderbolts, praticamente deixando tudo de lado e fazendo tudo para entrar no grupo. Se esse episódio estivesse bem mais atrás na série, seria odiado por deixar Rainbow como uma idiota fora de personagem, porém nós passamos tempo o suficiente com a pônei para saber como isso é importante para ela. Então, no final, quando ela larga tudo e lembra como a amizade das outras pôneis é importante também, é bem mais tocante do que seria, digamos, na 1° temporada.

2- Too Many Pinkie Pies
Há uma razão para o fato de que a fórmula do estudo da personalidade, quando aplicado para a personagem Pinkie Pie, renda quase sempre um dos melhores episódios da temporada. A personagem, durante a maioria dos episódios, representa seu Elemento da Harmonia muito bem, trazendo o alívio cômico necessário para a série, entretanto geralmente não passa disso. É realmente impactante quando um roteirista como Meghan McCarthy com Party of One ou Dave Polski com Too Many Pinkie Pies consegue revelar, em seu íntimo, a complexidade da mente da personagem que, pelo senso comum, é apenas uma palhaça descerebrada. O desejo da Pinkie de alegrar a todos e trazer vida para Ponyville é levado à estratosfera aqui e, quando os clones surgem e ela realmente não consegue se lembrar se é a verdadeira ou não enquanto outras pôneis acusam-na de não ser a verdadeira justamente por estar tão triste é um soco emocional na barriga.

1- Magical Mystery Cure
Sim, o mágico final da temporada é também o meu episódio favorita dela. O episódio é um musical e todas as canções são emocionais e tocantes, com destaque para A True True Friend, o roteiro se move no ritmo certo (havia suspeitas de que seria um episódio vomitado graças à necessidade de fechar a série em apenas 20 minutos) e, acima de tudo, a própria história e conceito do episódio funcionam perfeitamente. Depois de 3 temporadas estudando arduamente a magia da amizade, passando por dezenas de problemas e arriscando a vida várias vezes, é extremamente satisfatório ver todas as ações de Twilight serem reconhecidas e valorizadas e, a transformação dela de unicórnio comum em Princesa Alicórnio faz qualquer um que assistiu até aqui tem um orgulho enorme por ter acompanhado toda a jornada da personagem. Para um roteirista, fazer o espectador se sentir feliz ou triste é fácil, mas fazê-lo sentir orgulho por um personagem fictício exige muito mais trabalho, dedicação a todo momento em que o personagem cresce emocionalmente e, principalmente, paciência. Honestamente, acredito que, se a série acabasse aqui, como planejado, seria o final perfeito e realmente acho que os roteiristas penarão para encontrar um final mais recompensador e satisfatório que esse, mesmo com um filme vindo em 2017.


sexta-feira, 1 de abril de 2016

CRÍTICA: 3° TEMPORADA


Quando foi revelado que a 3° temporada consistiria de apenas 13 episódios, o clima imediatamente se tornou pesado entre os produtores e os fãs da série. Não apenas isso quer dizer que há menos chances para contar histórias como Hurricane Fluttershy e Sonic Rainboom, mas é também uma evidência de que o programa acabaria, pois a grande maioria dos desenhos americanos possui 65 episódios, o suficiente para transmitir durante um ano. Infelizmente, My Little Pony teve mesmo um "final", porém como sabemos, o fandom da série é tão poderoso que conseguiu trazer o programa de volta.

Analisando agora, a maior força e também a maior falha dessa temporada é justamente a quantidade reduzida de episódios: Não há uma obra-prima como os 2 episódios mencionados acima, entretanto há apenas um episódio que eu verdadeiramente odeio, diferentemente das 2 primeiras temporadas que possuíam 3 ou 4.

Iniciamos com The Crystal Empire, um episódio relativamente polêmico. Muitos odiaram porque todo o roteiro gira em volta de um teste em que a Twilight deve passar que envolve vidas e um reino inteiro (?), eu não me importei muito e, tirando isso, é uma história aproveitável e divertida, com momentos doces como o de Spike e sua dona quando saem da hipnose que revela seus piores pesadelos. TCE não é nenhum Return of Harmony ou Canterlot Wedding quando se trata de qualidade e impacto emocional, mas inicia a temporada com o pé direito (sim, Friendship Is Magic ainda me dá calafrios).


O que sucede é uma temporada decente que cumpre seu trabalho, é definitivamente um passo para trás se comparada à 2°, porém ainda consegue captar e manter a atenção do espectador o suficiente para terminá-la. MLP não é o tipo de série que consegue se sustentar tão bem com 13 episódios, porque com 26 os produtores conseguem contar várias histórias variadas e roteiros com fórmulas diferentes que devem agradar a todos os gostos, talvez por isso eu tenha aproveitado um pouco mais a 1° que, embora fraca intelectual e emocionalmente, ainda consegue trazer uma variedade maior de "contos" que se sustentam por si só. 

Se o desenho acabasse aqui, definitivamente a temporada seria considerada muito pior do que ela é, porque um "finale" tem a responsabilidade de ser a melhor parte de uma série, e essa não é. Sim, é possível assistir Magical Mystery Cure e pensar que tudo poderia acabar ali, seria um bom final até, porém a leva de episódios em si não é impactante o suficiente para dizer que fecharia com chave de ouro.

Orgulho:
Magical Mystery Cure
Too Many Pinkie Pies

Vergonha:
One Bad Apple

NOTA FINAL: 5

quarta-feira, 30 de março de 2016

RANKEANDO A 2° TEMPORADA


24- Putting Your Hoof Down
Como comentado no meu ranking da 1° temporada, eu tendo a odiar episódios que vão contra todas as mensagens que o show tenta passar, e por alguma razão esse episódio se esforça ao máximo para fazer isso. Esse roteiro é um dos mais maldosos que eu já vi e o pior é que ele provavelmente pensa que está fazendo humor; não é engraçado ver todos os pôneis maltratando a Fluttershy, não é engraçado ver a Rarity usando seu charme pra roubar alguma coisa de um nerd, não é engraçado ver a Pinkie Pie roubando descaradamente alguns tomates da feira e, principalmente, não é engraçado ver um pônei desrespeitando completamente 2 de suas melhores amigas, implicando que nada que elas fazem de suas vidas têm sentido e que elas não prestam pra nada.

23- Dragon Quest
Esse episódio é confuso, ele tenta passar uma mensagem de que você não é aquilo que você é, e que você é na verdade aquilo que todos dizem que você é. Sim, a maioria dos desenhos tentaria passar justamente a lição oposta, porém por alguma razão Spike aprende que ele não precisa ser um dragão se ele nasceu e foi criado por pôneis. Todo o conceito desse roteiro está errado, não apenas ele implica que todos os dragões são malvados, ladrões e assassinos, como também quebra a principal razão de vida do Spike o fazendo fugir (em um episódio mais à frente ele menciona que parar de ser o ajudante da Twilight é seu pior pesadelo). Há algum humor para ser encontrado aqui quando Twilight, Rarity e Rainbow Dash se disfarçam de dragões, mas é apenas isso.

22- May the Best Pet Win!
O conceito de que Rainbow Dash é a única das 6 principais que não possui um mascote e que ela finge que não quer um poderia dar um bom episódio. Do contrário, "May the Best Pet Win!" por alguma razão acha que uma competição de mascotes em que Rainbow constantemente grita com eles e os faz passar por situações fisicamente difíceis apenas para declarar qual é o "superior" e que será seu bichinho é uma boa ideia, sem contar que o vencedor é ridiculamente óbvio e ver a pégaso com a asa presa em uma pedra gigantesca não é uma visão realmente bela.


21- The Cutie Pox
Não tenho nada contra "filler", acredito na verdade que pode ser muito bem utilizado para adicionar imersão à experiência e deixar a história rolar mais naturalmente. Entretanto, quando 80% do episódio se trata de um pônei fazendo movimentos impressionantes apenas para todos os outros verem, o ritmo do roteiro pode ser prejudicado colossalmente. Não há nada particularmente errado aqui com exceção do ritmo, então se você não se importa tanto com o modo com que uma história se desenrola, posso ver facilmente você gostando desse episódio.

20- Baby Cakes
Na análise de Stare Master, comentei que já havíamos visto essa história da babá com as crianças irritantes antes muitas vezes e, por obra do destino, My Little Pony utiliza esse mesmo clichê novamente. Entretanto, Baby Cakes consegue entreter mais que seu antecessor, principalmente pela babá ser a Pinkie Pie e as crianças serem bebês mesmo, dando para cenas muito boas como a da apresentação de stand-up comedy. Se você não se importa com familiaridade de histórias e piadas de adultério (ainda não sei como os roteiristas conseguiram colocar AQUELA frase no episódio), esse episódio acaba se tornando bem divertido.

19- Hearts and Hooves Day
Episódios bons com temas dos quais eu não suporto costumam ficar acima na lista (A Dog and Pony Show), tudo em HaHD é bem feito, desde as personalidades das CMC (engraçadíssimas aqui, por sinal), o ritmo bem frenético do roteiro e a mensagem passada importantíssima e surpreendentemente madura. Entretanto, eu me irritei e muito com o excesso de romance nesse episódio, as conversas de Cherilee e Big MacIntosh conseguem irritar tanto que eu considerei muitas vezes simplesmente desistir do episódio no meio.


18- The Mysterious Mare do Well
Eu adoro as referências desse episódio, como todos sabemos, ele é como uma carta de amor a todas as mídias de super-heróis. Entretanto, para quem adora a Rainbow Dash, o roteiro pode acabar te deixando um pouco pra baixo, pois há dúvidas se ela realmente merece o tratamento que recebeu nesse episódio ou não. Muitos fãs odeiam simplesmente pelas pôneis criarem uma conspiração contra sua amiga para ensiná-la uma lição, porém ainda é um episódio divertido e surpreendentemente recheado de ação.

17- MMMystery on the Friendship Express
Histórias de mistério deveriam criar um suspense e, embora essa esconda todas as pistas que a Twilight encontra para continuar com a trama (uma posição muito questionável, se me perguntarem), ainda há muito para se aproveitar aqui, desde o humor não muito inteligente porém deveras funcional até as cenas que me conquistaram: Eu sou um amante da 7° arte, então se existem cenas simplesmente para enaltecer a grandiosidade dos gêneros do Cinema, eu provavelmente gostarei. Acredito que todos gostarão desse episódio, se puderem ignorar o furo de roteiro gigantesco de que uma viagem de Ponyville até Canterlot de trem demora uma noite (???).

16- The Super Speedy Cider Squeezy 6000
Daqui pra baixo na lista, são os episódios que variam entre muito bons e excelentes, são a principal razão pela qual eu considero a 2° temporada muito superior à primeira. Se tem uma coisa em que M.A Larson é profissional é em que escrever personagens divertidos (o homem criou o Discórdia, pelo amor de Deus), e eu simplesmente amo os irmãos Flim e Flam e a música empolgante deles que me fez repetir "Sidra! Sidra! Sidra!" da primeira vez em que tomei sidra. TSSCS6000 é um episódio leve e com um potencial de entretenimento altíssimo assim como Over a Barrel foi na 1° temporada, o único aspecto que me incomodou foi o fato deles deixarem a Rainbow sem sidra até o final, mas alguns sacrifícios devem ser feitos por humor.


15- It's About Time
Histórias de viagem no tempo tem um certo charme pra mim, eu acho o conceito muito interessante e até inteligente se usado da maneira correta. It's About Time não se preocupa em criar paradoxos e infinitas linhas do tempo para confundir o espectador, mas o entretém de uma forma um pouco mais inteligente do que outros episódios de My Little Pony, desde as previsões se concretizando de forma humorada até a sutil paródia de Missão Impossível. Tudo bem, o final é um pouco previsível para quem consegue pensar direito, mas provavelmente explodiu a mente de muitas crianças inocentes que nunca ouviram falar de De Volta para o Futuro.

14- Family Appreciation Day
Quem nutre um ódio por Diamond Tiara desde Call of the Cutie provavelmente amará esse episódio, que finalmente dá a ela uma punição merecida por seus atos diabólicos (que não seja só se envergonhar na festa). Ainda assim, o roteiro consegue se sustentar mesmo sem isso, a história de Apple Bloom se envergonhando da sua avó Smith apenas para perceber que suas histórias são realmente interessantes e importantes para Ponyville é natural e bonitinha, algumas das coisas que o desenho tem de melhor a oferecer.

13- Read It and Weep
Todos concordamos que a mensagem desse episódio deveria ser como ler é importante para o desenvolvimento da inteligência e aumentar a cultura, não apenas como é divertido para passar o tempo. Entretanto, a mensagem é passada de uma forma tão impactante e as aventuras de Daring Do são tão empolgantes e divertidas que é impossível não se apaixonar pelo conceito de Read It and Weep. Eu não entendo por quê os roteiristas da 2° temporada têm esse fascínio por machucar emocionalmente e fisicamente a Rainbow Dash, porém aqui é por um bem maior e você realmente percebe como ela evolui no final, sem contar que a piada do pônei latindo é impagável.


12- The Last Roundup
A primeira aparição importante e com falas de Derpy destruiu emocionalmente a todos nós apaixonados por ela, porém The Last Roundup além disso também nos concede uma bela e reconhecível história de vergonha e humildade. O orgulho de Applejack é posto em jogo aqui e, mesmo com ela representando o elemento da Honestidade, você percebe por quê ela mente para todos e foge de Ponyville, é triste e impactante. A "arma secreta" Pinkie Pie também concede um excelente momento para descontrair da pesada atmosfera desse episódio e, no final, a experiência como um todo é muito eficiente.

11- A Friend In Deed
Esse episódio abre da melhor maneira possível: The Smile Song, uma das mais famosas canções da série, funciona em todos os níveis, desde uma análise da personagem Pinkie Pie e uma amostra da sua verdadeira razão de viver até pequenas cenas de humor eficientes e metáforas sutis que nos fazem questionar se uma criança realmente entenderia aquilo. A relação de Pinkie e Asno Azedo Simplório (um dos melhores nomes da cultura pop dos últimos anos) é bem construída, você realmente se sente mal pelo Asno e entende também porquê Pinkie está pegando tanto no pé dele.

10- Ponyville Confidential
O melhor episódio das CMC até agora, Ponyville Confidential é a clássica história do personagem que revela segredos dos amigos para fazer sucesso. Entretanto, essa história funciona tão bem com os personagens de My Little Pony e o clímax do episódio é tão bem construído que é quase impossível não se sentir mal pelas CMC quando todos decidem ignorá-las porque você entende porque eles estão fazendo isso, mas também entende porque elas fizeram o que fizeram, você entende os motivos de todos os personagens (até da Diamond Tiara) e esse é um sinal de um bom roteiro. Além disso, a cena em que as 6 principais encurralam Spike na mesa me fez rir muito, por algum motivo.


9- Hearth's Warming Eve
Hearth's Warming Eve funciona porque ele acontece em um nível da série em que você já está tão mergulhado no universo do desenho que se sente em casa; então quando os personagens contam, através de uma peça (muito bem feita por sinal) a história de Equestria e como foi formada a partir de uma espécie de guerra civil, se torna um evento realmente importante emocionalmente. Além da história da formação ser, em si, muito bem escrita e realizada, o efeito é muito maior principalmente porque ainda é um teatro representado pelas 6 principais, não apenas um flashback com efeito sépia.

8- Secret of My Excess
O nível total de aproveitamento desse episódio depende muito do quanto você simpatizou com Spike durante toda a série, no meu caso muito. Não que não seja bem escrito, ainda é um episódio por si muito bom, porém se você se reconhece como o personagem de uma forma tão forte, quando a série de acontecimentos cai sobre o dragão bebê e a relação dele com Rarity é FINALMENTE levado para frente, você se sente bem pelo personagem e o peso dos seus ombros de que você achava que ele seria maltratado durante todo o programa finalmente cai.

7- The Return of Harmony
Como mencionado na minha análise da 2° temporada, The Return of Harmony definitivamente inicia a leva de episódios com o pé direito: A ambição do episódio é tão grande quanto a de Friendship Is Magic e a realização é muito superior; Discórdia é um vilão fantástico e os produtores escolheram o ator perfeito para dublá-lo, a inspiração pelo personagem Q de Star Trek é evidente e quem melhor para interpretá-lo então que John De Lancie? Não apenas pelo antagonista, TROH ainda brilha pelo conflito entre as 6 principais e o momento triste da transformação da personalidade de Twilight acaba emocionalmente com qualquer um.


6- Luna Eclipsed
Assim como o aproveitamento geral de Secret of My Excess dependia de o quanto você gostava do Spike, o de Luna Eclipsed depende de o quanto você gosta da Princesa Luna. Entretanto, aqui o caso é um pouco diferente, já que esse episódio foi o responsável por ela se tornar um dos personagens favoritos dos fãs. Diferentemente da maioria dos personagens bons ou maus da série, Luna está exatamente no meio, ela tenta fazer o bem e ser gentil com todos, porém no fundo ainda é um ser maligno extremamente poderoso e esse episódio retrata isso muito bem, mostrando o sofrimento da princesa querendo ser aceita pelo que ela é.

5- Sweet and Elite
Muitos não gostam da Rarity e eu pessoalmente assumo que ela é a das 6 principais que eu menos gosto, porém o desenho parece saber disso e ela é, provavelmente, a que tem mais episódios focados em fazer você gostar dela. Sweet and Elite, uma das obras de Meghan McCarthy (responsável pelos excelentes Dragonshy e Party of One) é mais um dos diversos estudos na personalidade de uma das 6 pôneis, Rarity dessa vez. Há um equilíbrio praticamente perfeito aqui entre a vontade dela de ser famosa e respeitada, sua generosidade e lealdade a suas amigas; é assim que se escreve um bom personagem. Há também um bom uso de humor de situações aqui, uma boa mudança ao usual humor de "piadinhas" já clássico na mitologia do desenho.

4- A Canterlot Wedding
A primeira história realmente épica do desenho, A Canterlot Wedding fecha a temporada com chave de ouro e é como uma ópera (literalmente na execução de This Day Aria): Gritante, emotiva, chocante e visualmente deslumbrante. Sim, há uma falta de sutileza no roteiro da sempre prestativa Meghan McCarthy que me impede de me apaixonar completamente pelo episódio, porém essa explosão de acontecimentos e discursos realmente adiciona à ambição gigantesca da história. As cenas de luta são muito bem feitas, o humor está presente em quase todo momento e a perfeição é atingida na já comentada canção This Day Aria: É tão emotiva, bem feita e envolvente que por si só já aumenta muito o nível do episódio. Além disso, o roteiro não podia ser fechado de forma melhor do que com a piada da despedida de solteiro.


3- Sisterhooves Social
Geralmente, quando a relação entre irmãos é demonstrada em alguma mídia (principalmente em séries de televisão), eles são retratados como os piores inimigos ou os melhores amigos do mundo. Sisterhooves Social não depende disso para efeito cômico ou algo assim, muito pelo contrário, retrata a relação de Rarity e Sweetie Belle de uma forma muito natural e sutil, tocante até. Irmãos não servem apenas para infernizar a vida um do outro e o excesso de tempo passado juntos geralmente impede a criação de uma relação perfeita, então é inspirador quando uma mídia "infantil" como My Little Pony retrata essa complexa relação de sangue como ela é (ou deveria ser): Irmãos competem por atenção, geralmente discutem sobre coisas simples e atrapalham a vida um do outro até quando tentam ajudar, porém sempre estão lá quando precisamos e sentem a necessidade de deixar o nosso dia um pouco mais feliz, mesmo que seja nos incomodando.

2- Lesson Zero
A obra prima de Meghan McCarthy (e isso diz muita coisa) é uma homenagem à neuroticidade, manias e desejo de organização, é também um dos mais engraçados episódios da série. Lesson Zero pega um dos principais conceitos da primeira temporada (as cartas enviadas à Princesa Celéstia) e o vira de cabeça pra baixo, fazendo-o agir contra Twilight e a oprimindo a encontrar um problema de amizade antes que o sol se ponha. Ironicamente, não haver conflito algum se torna um dos conflitos mais criativos e interessantes do programa, ainda é extremamente divertido ver um personagem lentamente perder a sanidade (Party of One) durante o episódio e ter um momento de insanidade total (algo que McCarthy sabe fazer muito bem, por sinal), exceto que aqui a loucura de Twilight afeta toda Ponyville de forma desastroda, tornando toda a situação ainda mais interessante.

1- Hurricane Fluttershy
Ok, eu assumo que o meu amor enorme pela pônei tímida pode ter influenciado novamente na lista, porém Hurricane Fluttershy é, ainda assim, uma obra-prima. Histórias de superação funcionam porque você torce pelo personagem e quer vê-lo vencer, e quando esse personagem é a Fluttershy, que ficou em segundo plano sem ninguém se importar durante quase toda a série, o impacto emocional é elevado a proporções astronômicas. A antagonista de seu conflito é apenas ela mesma, seus medos e inseguranças, não há nada mais reconhecível que isso, todos que já passaram por situações que abaixaram sua auto-estima podem se ver na tela. Todos os outros personagens estão muito bem representados aqui, com destaque para Rainbow Dash que, mesmo com seu orgulho e vontade imensa de vencer, ainda respeita as fraquezas e limites de sua amiga. O modo como os pôneis criam a chuva também é inteligentíssimo, ainda mais do que o modo como eles trazem o outono; e a apresentação da situação à la "cinema clássico" também me conquistou. Como se já não fosse o suficiente, o episódio ainda consegue sutilmente passar a mensagem de que, mesmo se você se esforçar muito, treinar e dar o seu máximo, você ainda pode falhar, e essa é uma das melhores lições que um programa infantil pode ensinar.