terça-feira, 5 de abril de 2016

RANKEANDO A 3° TEMPORADA


12- One Bad Apple
Bullying é um assunto sensível que deve ser tratado com a complexidade que merece, porém a maioria das mídias que o retratam parecem não perceber esse pequeno detalhe, e My Little Pony não é diferente. Os ataques de Diamond Tiara e Silver Spoon às CMC até funcionam porque você sabe que elas são chatas e esnobes simplesmente por ser; então quando o programa tenta inventar uma desculpa extremamente idiota para que a prima de Apple Bloom, Babs Seed, que antes as tratavam como qualquer outro pônei, comece a fazê-las sofrer, é triste. Finalmente, o modo como o episódio tenta ensinar as crianças a combater o bullying é questionável no mínimo, e o humor do roteiro também não funciona muito, pelo menos a canção do episódio é legal.

11- Spike At Your Service
Spike é o melhor assistente que um pônei pode ter, isso já foi mostrado em diversos episódios anteriores a esse. Logo, a decisão de fazê-lo, repentinamente, se tornar um completo idiota que destrói tudo que toca porque ele trabalha agora para Applejack apenas para fins de humor é algo que pode não atrapalhar se for realmente engraçado ou arruinar um roteiro por completo, como foi o caso aqui. Aliás, no episódio The Crystal Empire há uma cena em que é revelado que o pior pesadelo de Spike é parar de trabalhar para Twilight, o que praticamente invalida completamente Spike At Your Service, você pode dizer que o Código do Dragão é muito importante pra ele, mas o episódio Dragon Quest mostrou que dragões são seres imbecis que não se importam com código algum, então é possível ignorar SAYS de qualquer maneira.

10- Just for Sidekicks
Não, os episódios de Spike nessa temporada não estão tão caprichados. Pensando bem, não há nada de particularmente errado nesse episódio, ele resume bem a 3° temporada: Neutro. Não há um humor extraordinário aqui nem um impacto emocional grande e o ritmo é meio lento, então o episódio se torna apenas monótono. Sim, a interação entre o dragão e os mascotes das 6 principais é divertida e a cena em que Rainbow e Tank esfregam seus narizes é tocante, porém na maior parte do tempo o roteiro se resume a apenas existir, o que é bem triste para um desenho do qual sabemos a que nível pode chegar. 


9- Games Ponies Play
Praticamente todo roteiro terá pelo menos uma "forçação de barra", um momento em que um evento acontece apenas por pura convenção, seja para continuar a história, para que tudo acabe bem ou para criar uma situação humorada. Há muitas dessas "forçações" aqui, uma para cada uma dos meus 3 exemplos, na verdade, algo decepcionante para o meu roteirista favorito da série, Dave Polski. Entretanto, como na maioria de seus episódios, Polski ainda consegue manter seu senso de humor afiadíssimo nesse roteiro e o resultado final, embora convencional, é bem divertido.

8- Apple Family Reunion
Eu senti muito mais o peso da lentidão e neutralidade do roteiro aqui do que em Just for Sidekicks, porém o episódio em si alcança um nível emocional um pouco maior. Conhecido como o episódio que revela o fato de que os pais da Applejack estão mortos, AFR até faz jus ao nome, os eventos da reunião da família Apple são divertidos, porém desde o momento em que a pônei olha para o céu e fala sobre como é difícil aproveitar um tempo com sua família você já prevê como os eventos se desenrolarão e como o roteiro se fechará, tornando a experiência monótona. A lição final emociona e a canção de quadrilha cantada pela família é legalzinha, porém não o suficiente.

7- Keep Calm and Flutter On
A volta de Discórdia para a série foi um evento muito aguardado pelos fãs, o personagem é um dos mais adorados do programa justamente por seu sarcasmo e senso de humor doentio. Contudo, o episódio em si não dá tanto espaço para o personagem brilhar e foca muito mais na construção da relação meio forçada (literalmente) entre ele e Fluttershy. Há momentos bons aqui, principalmente quando é permitido a Discórdia que use seus poderes para atazanar as 6 principais e a relação entre o vilão e a pônei tímida, no final, soa natural o suficiente para que o episódio não se torne completamente esquecível.


6- The Crystal Empire
Episódios de 2 partes que abrem a temporada costumam ser bem épicos, e The Crystal Empire não é diferente.Há furos de roteiro bem evidentes aqui, a motivação de Twilight para salvar o império de cristal é questionável e o vilão é bem genérico, impedindo a história de chegar a níveis épicos como The Return of Harmony e A Canterlot Wedding, porém há momentos ambiciosos e tocantes o suficiente para categorizá-la como uma boa abertura de temporada e, felizmente, está muito à frente de Friendship Is Magic.

5- Magic Duel
Como mencionado em Boast Busters, Trixie é uma das minhas pôneis favoritas, então eu estava vibrando de alegria quando Magic Duel finalmente deu a ela o destaque que merecia como uma boa antagonista (não necessariamente uma vilã, mais pra anti-heroína). Finalmente concedendo os poderes que A Grande e Poderosa Trixie merece, dando destaque para as consequências tristes de Boast Busters e, sim, nos entregando um duelo de mágica incrivelmente badass, o episódio é quase uma desculpa por aquela atrocidade. Além disso, nós também vemos Snips e Snails sendo açoitados, o que é bem legal.

4- Sleepless In Ponyville
Porquê o episódio tem esse nome se a história se passa quase inteiramente fora de Ponyville, nunca saberemos. O roteiro de de Corey Powell é, provavelmente, a melhor estreia de roteirista na história do programa; sim, Meghan McCarthy e Dave Polski são superiores a Powell, porém Sleepless In Ponyville é superior a Dragonshy e Feeling Pinkie Keen. Claramente inspirado por Sonic Rainboom, o episódio pega a CMC que parecia mais intocável, Scootaloo, e a coloca para enfrentar seus maiores medos quando algumas pôneis vão acampar na floresta. a história é bem tocante e a relação entre a potra e seu maior ídolo, Rainbow Dash, é deveras interessante. Como se não fosse o suficiente, ainda vemos a Princesa Luna realizando seu dever como protetora dos sonhos dos pôneis, o que é muito satisfatório.


3- Wonderbolts Academy
Uma das fórmulas mais utilizadas por My Little Pony é a do estudo da personalidade de uma das personagens e há uma razão para isso, quase sempre funciona. Aqui, o foco da obra-prima de Merriwether Williams (provavelmente a mais odiada escritora da série) está em Rainbow Dash e em sua ambição quase cega de entrar para os Wonderbolts, praticamente deixando tudo de lado e fazendo tudo para entrar no grupo. Se esse episódio estivesse bem mais atrás na série, seria odiado por deixar Rainbow como uma idiota fora de personagem, porém nós passamos tempo o suficiente com a pônei para saber como isso é importante para ela. Então, no final, quando ela larga tudo e lembra como a amizade das outras pôneis é importante também, é bem mais tocante do que seria, digamos, na 1° temporada.

2- Too Many Pinkie Pies
Há uma razão para o fato de que a fórmula do estudo da personalidade, quando aplicado para a personagem Pinkie Pie, renda quase sempre um dos melhores episódios da temporada. A personagem, durante a maioria dos episódios, representa seu Elemento da Harmonia muito bem, trazendo o alívio cômico necessário para a série, entretanto geralmente não passa disso. É realmente impactante quando um roteirista como Meghan McCarthy com Party of One ou Dave Polski com Too Many Pinkie Pies consegue revelar, em seu íntimo, a complexidade da mente da personagem que, pelo senso comum, é apenas uma palhaça descerebrada. O desejo da Pinkie de alegrar a todos e trazer vida para Ponyville é levado à estratosfera aqui e, quando os clones surgem e ela realmente não consegue se lembrar se é a verdadeira ou não enquanto outras pôneis acusam-na de não ser a verdadeira justamente por estar tão triste é um soco emocional na barriga.

1- Magical Mystery Cure
Sim, o mágico final da temporada é também o meu episódio favorita dela. O episódio é um musical e todas as canções são emocionais e tocantes, com destaque para A True True Friend, o roteiro se move no ritmo certo (havia suspeitas de que seria um episódio vomitado graças à necessidade de fechar a série em apenas 20 minutos) e, acima de tudo, a própria história e conceito do episódio funcionam perfeitamente. Depois de 3 temporadas estudando arduamente a magia da amizade, passando por dezenas de problemas e arriscando a vida várias vezes, é extremamente satisfatório ver todas as ações de Twilight serem reconhecidas e valorizadas e, a transformação dela de unicórnio comum em Princesa Alicórnio faz qualquer um que assistiu até aqui tem um orgulho enorme por ter acompanhado toda a jornada da personagem. Para um roteirista, fazer o espectador se sentir feliz ou triste é fácil, mas fazê-lo sentir orgulho por um personagem fictício exige muito mais trabalho, dedicação a todo momento em que o personagem cresce emocionalmente e, principalmente, paciência. Honestamente, acredito que, se a série acabasse aqui, como planejado, seria o final perfeito e realmente acho que os roteiristas penarão para encontrar um final mais recompensador e satisfatório que esse, mesmo com um filme vindo em 2017.


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